A China é uma das possíveis pátrias dos vampiros. O mais importante nesse país é que os vampiros são encontrados há mais de 2600 anos, já que em 600 a.C. já havia relatos de vampiros em solo sino. Na China, um dos vampiros que mais nos chama a atenção é o chiang-shih, com unhas muito longas, cabelos brancos com tons de verde e olhos avermelhados. Esse vampiro podia voar, mas, como o grego, não atravessava água e deveria voltar à sepultura após suas actividades, como um morto-vivo.
Tinha igualmente capacidade de se metamorfosear em animais, em especial em lobo. Era destruído pelo fogo, e o cadáver passava também por cerimónias de exorcismo. Para os chineses, um demónio se apossava da alma do defunto, causando a incorruptibilidade do corpo, e levando-a ao vampirismo. Ainda segundo os chineses, o ser humano tem duas almas: a Run, ou alma superior, e a P’o, ou alma inferior. Uma teria aspectos mais elevados, a outra, aspectos animais. Essa alma inferior era a causa do vampirismo, e qualquer ínfima parte do defunto poderia guardar o vampiro. Os chineses também têm várias histórias de crânios que falavam, e eram animados pela alma P’ o do defunto, causando inúmeros problemas.
O Vampiro na China, como em outras partes do mundo, é activo ao cair a noite, voltando à sua sepultura ao raiar da aurora. Uma lenda chinesa trata da volta dos mortos e da destruição advinda disso. Um funcionário do governo chinês, Chang Kuei, estava em viagem quando, em dado momento, um temporal se abateu. Ele se refugiou em uma casa. Lá, encontrou uma bela dama. A princípio tomaram chá, para mais tarde se unirem numa torrente de paixões. Ao despertar, no dia seguinte, qual não foi a sua surpresa ao se encontrar sobre a lápide de uma tumba, com seu cavalo a alguns metros dali. Ele o montou e saiu a toda brida pela estrada.
Ao chegar a seu destino, foi interrogado devido à demora, e seu relato revelou onde estava a tumba de uma jovem prostituta que havia se enforcado. O fantasma dela havia seduzido inúmeras vítimas. O clamor dessa história chegou aos ouvidos do magistrado da região, que mandou abrir a tumba, onde o cadáver foi encontrado como se estivesse a dormir. Cremaram-no imediatamente. Curiosamente, após a destruição do corpo da vampira, uma seca que grassava a região teve fim.
Outra história de vampiros na China é a que se segue. Uma mulher foi acordar seu marido e, ao entrar em seu quarto, viu-o sem cabeça. Não havia uma gota de sangue em nenhum lugar, o que era muito estranho devido à decapitação, que faria o quarto estar encharcado de sangue. Ela chamou as autoridades e foi detida como a principal suspeita, apesar de alegar inocência. Algum tempo depois, um lenhador encontrou um caixão semi-escondido pela vegetação, mas com a tampa parcialmente levantada. Ele ficou tomado de receio e chamou várias pessoas para juntos averiguarem o conteúdo. Dentro estava um cadáver, mas com aspecto de vivo, e tinha um semblante horripilante. Sua boca tinha dentes pontiagudos e vertia uma espuma avermelhada. Nas suas mãos estava a cabeça do marido infeliz. Eles chamaram as autoridades; um guarda armado veio rápido, antes do pôr-do-Sol. Os braços do vampiro tiveram que ser cortados para libertar a cabeça, e o sangue escorreu em profusão. Tudo foi queimado, e a mulher liberta.
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